Coimbra, Baixinha revisitada.
A Baixinha, parte integrante do chamado "casco urbano" de Coimbra, resultou de um processo medieval de urbanização fora das muralhas do castelo, ou seja, o arrabalde.
Era neste conjunto de ruas mais ou menos labirínticas, de traçado irregular que, ao longo do último milénio, se foram concentrando as atividades económicas especializadas.
Porém, entrando no séc. XXI já em plena decadência, a Baixinha é hoje, em certos recantos, uma ruína urbana. O desaparecimento do comércio tradicional do centro histórico, a gentrificação e as mais recentes dinâmicas populacionais (turismo e imigração), têm vindo a reorganizar este território, conjugando, lado a lado, ruína, abandono, decadência, resiliência e novas oportunidades.
Este conjunto de fotografias resulta de várias deambulações ao longo de 2023 e 2024.
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ABRIL EM 2024
Pelas paredes da cidade
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Quem viveu o 25 de abril de 1974 e os anos que se lhe seguiram, recorda certamente os grandes murais políticos e as inúmeras mensagens partidárias que se espalhavam por cidades, vilas e aldeias, exacerbadasdurante os períodos eleitorais e, frequentemente, raiando o vandalismo e resultando num grau questionável de poluição visual Felizmente, os anos 80 e o final de século trouxeram novas mentalidades, novos meios de fazer passar a mensagem política, legislação mais restritiva e, certamente, alguma desmobilização dos militantes.
No entanto, 50 anos depois, desengane-se quem julga que a cultura de intervenção e de contestação de rua desapareceu das nossas paredes! Revisitando a Alta Universitária de Coimbra, percorrendo as suas ruelas decadentes e sujas ou as suas praças e alamedas institucionais, tropeçamos na prova viva de que a contestação, o militantismo e a irreverência não estão confinadas às redes sociais, ao mundo digital e ainda bem! Parede a parede, rua a rua, facilmente se percebe a tipologia da contestação e as preocupações sociais, políticas e ambientais da sociedade engagée assim como se distingue de forma clara a intervenção artística, com mais ou menos mensagem política e social, do vandalismo inócuo de muitos graffiti e tags.
EFÉMEROS
A inexorável passagem do tempo, indelével na condição humana, impõe as suas dinâmicas de degradação, de decadência e de decomposição aos espaços que já foram o mundo para quem neles viveu. Alguns dos espaços aqui documentados fazem parte da vivência do autor na sua infância; outros integram a memória coletiva de comunidades. Antes que desapareçam na voragem da mudança, estes espaços são agora revisitados uma última vez, em jeito de peregrinação e de despedida.
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JARDIM BOTÂNICO
250 anos
"O Jardim Botânico da Universidade de Coimbra foi criado em 1772, no âmbito da Reforma Pombalina, para acolher uma coleção de plantas vivas que auxiliasse o ensino das ciências médicas"
1792-2022, 250 anos homenageados através de apontamentos registados em vários momentos ao longo de um ano, deambulando com o olhar lento da redescoberta de um espaço único.
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ALTO MONDEGO TIMELINE
1997-2022
Entre 1997 e 1998, cobrindo as quatro estações do ano, procurei documentar o habitat das últimas famílias dos Casais do Folgosinho, na Serra da Estrela. A missão acabou por centrar-se na Quinta do Rio, na Senhora da Assedasse, cenário, alguns anos mais tarde, do documentário de Jorge Pelicano "Ainda Há Pastores?".
Durante uma volta completa ao sol, observei o Hermínio, a....
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